É muito comum a insegurança antes do primeiro encontro e a insegurança após ter ocorrido o encontro. Antes do encontro a pessoa se pergunta como será, como ela deve proceder, até onde deve ir, se será querida e bem aceita, se será rejeitada, se ou outro achará a beleza suficiente, se achará engraçada, agradável e daí em diante, previsões na maior parte das vezes bem difíceis de serem feitas, pois um encontro é algo que depende de muitas coisas e é impossível fazer a conta de todas elas, impossível antecipar o que um pensará ou sentirá com relação ao outro.
Quando uma grande expectativa como essa acontece, a pessoa se prepara e ensaia tanto que às vezes até perde a naturalidade e a espontaneidade, e acaba saindo tudo errado. Quando se conhece alguém pela primeira vez o que mais vale e importa não é o quanto se esforçou para ser alguém melhor ou do jeito que se imagina que o outro deseja, e sim ser autêntico e fiel ao seu próprio jeito, estilo, valores.
É comum as dúvidas sobre beijar, manter relações mais íntimas, até onde ir, o que se deve fazer, sobre o que se deve falar e como se comportar. Todas essas dúvidas nascem da insegurança e do desejo de ser aceito pelo outro, como se ao se adaptar ao outro o encontro terá uma chance maior. Acontece que todos querem se relacionar com pessoas reais e verdadeiras, por mais diferentes que sejam entre si, e não com alguém que parece ter lido um manual de instrução do primeiro encontro.
Do que adianta criar um personagem por um encontro se será impossível mantê-lo por muito tempo, ou seja, se o outro se interessar mais pelo "personagem" do que pela própria pessoa com quem de fato estará se relacionando? Nesse caso o outro irá conhecer uma mentira e não a pessoa pela qual ele se interessou. É claro que ser espontâneo não significa fazer prevalecer o seu jeito ou forma de pensar e agir, é necessário e fundamental o uso do bom senso em todos os momentos e em especial no início de qualquer relação, dividir e compartilhar o que pensa não significa impor, significa poder falar e também ouvir, trocar e encontrarem juntos uma forma que possa agradar aos dois.
Acima de tudo, quanto mais segura uma pessoa for de si mesma, mais ela saberá lidar e contornar as situações novas dos primeiros encontros. A insegurança pinta no dia seguinte ao primeiro encontro ou seguinte aos primeiros encontros, em especial quando não foi exatamente como esperado ou planejado ou quando não houve a sequência desejada ou houve uma interrupção dos encontros.
Sobre os primeiros encontros, é comum a dúvida se deveria ter aceitado um determinado convite ou se por não ter aceitado a pessoa pode se desinteressar ou se deveria ter sido mais despachado, menos tímido, mais engraçado e dai por diante, as dúvidas são inúmeras. Se algo não deu certo no primeiro ou primeiros encontros, não será necessariamente por culpa de um apenas, não será o fato de ter beijado ou não a pessoa que aumentará ou diminuirá o interesse do outro, se houve um encontro agradável, interessante e divertido para as duas partes e se os dois estiverem disponíveis para tentar então naturalmente terá um desdobramento, se não houver pode ser simplesmente porque aquele ou aquela não seria a companheira (o) certa para namorar ou não aconteceu a química e o entrosamento necessários para levar adiante.
Essa é uma circunstância da vida, não adianta apenas um lado gostar e querer, é algo que envolve duas pessoas, duas subjetividades. Mas sabemos o quanto o ser humano tem a necessidade de encontrar a culpa - razão- para justificar e dar sentido a algo que não saiu como se esperava e o quanto é comum em situações como estas culpar a si mesmo por não ter dado certo.
Portanto, amigos, sejam vocês mesmos e tenham a certeza de que tudo dará certo. Confie no seu taco!!!
Dra. Juliana Amaral Psicóloga /Lulucha