LISA MCPHERSON
Lisa McPherson nasceu em 1959, e cresceu em Dallas, Texas. Sua infância foi marcada por diversos eventos dolorosos. Quando muito jovem, foi vítima de abuso sexual por parte de um vizinho. Quando tinha 14 anos de idade, seu irmão de 16 anos cometeu suicídio.
Lisa ingressou na Cientologia em 1977, aos 18 anos de idade, após conhecer a organização através de um colega de trabalho. Após muitos anos como membro público (cientologistas que não fazem parte da equipe ou do Sea Org, grupo de elite da cientologia), Lisa entrou na equipe do Celebrity Centre da Cientologia em Dallas.
Em 1989, Lisa ingresssou na Sea Org, após assinar o contrato de trabalho de 1 bilhão de anos. Pouco tempo depois, ela retornou à sua vida de membro público, trabalhando para uma empresa afiliada à Cientologia, a AMC Publishing (Publicações AMC), e participando de cursos e recebendo serviços no centro da Cientologia em Dallas.
Em 1994, a AMC Publishing mudou-se para Clearwater, na Flórida, e Lisa mudou-se para lá com a empresa. Em maio e junho de 1995, Lisa submeteu-se ao programa de “Introspection Rundown”, por ter sido diagnosticada com instabilidade mental.
Isso não impediu Lisa de completar o programa e receber, em setembro de 1995, o status de “Clear” (uma das maiores conquistas dos cientologistas, o indivíduo está completamente livre de sua mente reativa).
Em outubro de 1995, ela começou ficar menos produtiva no trabalho, e em novembro começou a apresentar um comportamento estranho.
No começo de novembro de 1995, Lisa ligou para sua mãe, Fannie McPherson. As duas brincaram, Lisa disse o que queria de presente para o Natal, e por fim ela disse que estava planejando voltar para casa. Foi a última vez que Fannie falou com sua filha Lisa.
No dia 5 de dezembro de 1995, Lisa McPherson, 36 anos de idade, foi assassinada, sob a custódia da Igreja da Cientologia.
Lisa McPherson
O CRIME DA IGREJA DA CIENTOLOGIA
Em 18 de novembro de 1995, Lisa envolveu-se em um leve acidente de carro, na cidade de Clearwater, Florida. Aparentemente ela não havia se machucado, porém, inexplicavelmente, após sair de seu veículo, ela ficou nua e caminhou pela rua abaixo.
Os paramédicos que atenderam ao acidente encaminharam Lisa para o Hospital mais próximo, o Morton Plant Hospital. Após ser examinada, ficou constatado que ela não havia sofrido nenhum ferimento físico. Após o exame, o médico de plantão, Dr. Flynn Lovett, determinou que ela fosse encaminhada para exame por um psiquiatra.
Alguns cientologistas que haviam chegado ao local pouco antes, alegaram que a religião de Lisa não permitia ela ser examinada por um psiquiatra. Lisa foi então persuadia a deixar o hospital com seus amigos, mesmo sob os protestos do Dr. Flynn Lovett.
Lisa foi encaminhada pelos amigos cientologistas ao Hotel Ft. Harrison, de propriedade da organização, na cidade de Clearwater, Florida. Ela ficou presa no quarto 174, e os registros do hotel (que não foram destruídos) e outras investigações feitas pela polícia revelam um pouco da história macabra que culminou com sua morte, 17 dias depois.
Lisa e a Cientologia
A Cela 174 do Hotel da Cientologia
ÚLTIMAS HORAS DE LISA MCPHERSON
Três cientologistas, incluindo a Oficial Médica da Cientologia, Janis Johnson-Fitzgerald, levam Lisa em uma van para o Hospital Columbia, na cidade de Pinellas-Pasco (percorrendo 45 km e passando por 4 hospitais no caminho), onde o médico de plantão era o cientologista David Minkoff (OTVII). Inexplicavelmente, ela não foi levada de volta ao Hospital Morton Plant, distante apenas 15 minutos do Hotel Ft. Harrison.
De acordo com Brian Anderson, porta-voz da Cientologia, ela foi levada até o Dr. Minkoff porque ele é um especialista em doenças infecciosas, e que Lisa havia pedido para ser atendida por um médico cientologista, e que ela havia caminhado sozinha uma parte do caminho do quarto até a van no estacionamento.
5 de dezembro de 1995
9:30 p.m.
A van da Cientologia chega ao Hospital Columbia. Com Lisa, que está no banco de trás da van, estão outras três pessoas, incluindo a Oficial Médica Janis Johnson, que não tem licença para exercer a medicina no Estado da Flórida.
Lisa já estava sem pulso e sem respiração. Uma enfermeira da emergência confirmou que ela já estava morta ao chegar. Houve uma tentativa de reanimar ela com procedimentos de CPR.
9:51 p.m.
Dr. David Minkoff, o médico cientólogo, anuncia a morte de Lisa McPherson. Consta em um relatório do hospital que os acompanhantes de Lisa disseram que ela havia parado de respirar assim que eles chegaram à emergência do Hospital Columbia.
Os acompanhantes de Lisa ainda disseram que ela havia sido levada ao hospital porque ela havia se tornado “letárgica” entre a tarde e a noite daquele dia.
A sra. Liebreich, tia de Lisa que acompanhou sua mãe Fannie até Clearwater, informou mais tarde que havia apenas US$ 11,00 (cerca de R$ 20,00) na conta de Lisa McPherson.
Até 1994, Lisa já havia pago e doado à Cientologia U$ 130.000,00 (aproximadamente R$ 260.000,00), entre pagamento por cursos e doações.
6 de dezembro de 1995 (o dia seguinte)
A Polícia de Clearwater inicia uma investigação, com a ajuda da Promotoria Estadual de Pinellas-Pasco e o Departamento de Polícia da Flórida.
Uma autópsia feita pelo Instituto Médico Legal de Pinellas-Pasco mostra que o corpo de Lisa estava severamente desidratado, seus braços e pernas estavam ralados, sua pele estava rachada e descascando, e ela tinha marca de picadas de insetos. A artéria pulmonar esquerda estava bloqueada por um coágulo de sangue provocado por desidratação e por permanecer em posição de repouso por tempo demais.
PRIMEIRA AUTÓPSIA
No relatório original, a legista do Estado afirmou que o corpo de Lisa McPherson havia deteriorado-se lentamente, durante sua estadia no Hotel Ft. Harrison. Ela deveria ter ficado sem beber água de 5 a 10 dias, estava abaixo do peso, com a pele ralada e com marcas roxas na pele. A autópsia também comprovou que ela estava insconsciente por mais de 48 horas antes de sua morte, e com lesões de cor marrom escura consistentes com picadas de insetos/animais em seu braço direito. A conclusão da legista era de que se tratavam de picadas de baratas. A conclusão da autópsia foi de que a morte foi provocada por desidratação severa.
Nos dias e meses seguintes a médica legista do Estado reitera a informação, em entrevistas a diversos jornais e revistas, que a morte foi causada por desidratação, e que há várias marcas no corpo indicando picadas de baratas.
Dezembro de 1995 - FUNERAL
Durante o funeral de Lisa, em Dallas, diversos cientologistas comparecem ao local, e insistem à família de Lisa que ela gostaria de ser cremada, assim como o fundador da seita, L. Ron Hubbard.
Eles também espalham entre os familiares e amigos que Lisa havia morrido de “meningite na espinha”.
O porta-voz da Cientologia Brian Anderson, diz que os três cientologistas (incluindo dois que estavam na van) que estavam sendo procurados pela polícia para prestar declarações a respeito do caso foram enviados para missões fora dos Estados Unidos, mas que essa mudança repentina nada tem a ver com a investigação, e que essa investigação é mais uma campanha de perseguição religiosa contra a igreja.
Aviso de busca da Polícia divulgado na Internet:
Victim Lisa McPherson, a white female, date of birth 2/10/59, died while being transported by several associates to a hospital in New Port Richey, Florida on December 6, 1995. Ms. McPherson’s manner of death has been undetermined. The Clearwater Police Department has attempted to contact three of these associates for interviews. Thus far, all attempts to locate these individuals have been unsuccessful. The last known address of Ms. McPherson and these associates was 210 S. Fort Harrison Avenue in Clearwater. The three associates are:
1. Suzanne Schnuremberger (possible married name of Green). Information indicates that Ms. Schnuremberger may now be living in Switzerland or Germany.2. Ildiko Cannovas. Information indicates that Ms. Cannovas may now be living in Hungary.3. Laura Arrunada. Information indicates that Ms. Arrunada may now be working in the medical field in Mexico.
Please contact Detective Sergeant Wayne Andrews at albright@cftnet.com or (813) 462-6085 (collect if necessary) if you have information regarding Suzanne Schnuremberger, Ildiko Cannovas, or Laura Arrunada.
16 de dezembro de 1995
Familiares de Lisa foram até seu apartamento, na 901 N. Osceola Ave., em Clearwater. A colega de quarto de Lisa, cientologista e filha da dona da AMC Publishing e outros desconhecidos estavam retirando pertences de Lisa do apartamento, mas os familiares conseguem recuperar alguns objetos.
28 de janeiro de 1997
A seita da Cientologia inicia seu procedimento padrão de assediar e processar judicialmente seus inimigos. A médica legista de Pinellas-Pasco é processada reiteradamente por seus depoimentos, é vigiada em seu ambiente de trabalho e em sua vida privada.
19 de fevereiro de 1997
Ken Dandar, representando os interesses de Lisa McPherson, processa civilmente a seita por danos causados em decorrência do homicício.
SEGUNDA AUTÓPSIA
(após o assédio da organização sobre a médica legista)
A legista alterou seu relatório original, que apontava para homicídio, para a nova conclusão de “morte acidental”. A legista mudou sua conclusão para dizer que a causa da morte de Lisa estava relacionada com sua psicose e o acidente de carro, apesar de não ter sido constatado nenhuma lesão física pelo médico que a atendeu logo após o acidente.
O Procurador Assistente do Estado, Douglas Crow, criticou a atitude da legista, e enfatiza que seu comportamento foi no mínimo estranho:
Inicialmente (a legista) mudou (a certidão original) para dizer que a morte na verdade foi acidental, não causada por desidratação. Depois ela reconsiderou, dizendo que a causa foi realmente desidratação. Na manhã seguinte, ela mudou de idéia novamente e fez sua última alteração para acidental.- Douglas Crow, Procurador Assistente do Estado
As anotações do procurador Douglas Crow e do Departamento de Polícia da Florida alegam que a legista estava sob constante vigilância de investigadores particulares e que “diversos fatores podem ter influenciado na qualidade de suas decisões…” citando a vulnerabilidade da legista pelos processos judiciais movidos pela Cientologia e possíveis ameaças de cientologistas em revelar informações extremamente danosas à carreira da legista.
Com a nova conclusão da legista, a promotoria foi obrigada a requerer o arquivamento do caso. Ninguém foi punido até hoje.
A legista renunciou ao cargo público naquele mesmo ano.
27 de fevereiro de 1997
O Juiz Bob Barker determina que algumas fotos da autópsia (AVISO: FORTES IMAGENS!) de Lisa sejam publicados, para responder ao desejo da Cientologia em obter mais informações relacionadas à autópsia.
O processo civil foi arquivado em 28 de maio de 2004, com um acordo extrajudicial. Os termos do acordo são confidenciais.
5 de dezembro de 1997
Aproximadamente 45 pessoas comparecem a um protesto em frente ao Hotel Ft. Harrison (que estava fechado) e relembram o segundo aniversário da morte de Lisa. Eles seguram velas e deixam flores em frente a um memorial improvisado. O memorial foi removido por cientólogos assim que o último protestante apagou a vela e saiu.
Membros da seita misturam-se aos protestantes para tumultuar o protesto anti-Cientologia
Clearwater, lembre-se de Lisa McPherson
Cientologia, lembre-se de Lisa McPherson
RESPOSTA DA ORGANIZAÇÃO
Os cientologistas, quando perguntados a respeito desse assunto, respondem que “pessoas morrem todos os dias” e que “não se pode culpar suas religiões por suas mortes“.
PEDRA MEMORIAL A LISA MCPHERSON
Em 2001, foi colocada, em uma passagem muito utilizada por cientologistas de Clearwater, uma pedra memorial para honrar Lisa McPherson, mas a organização da Cientologia sente-se incomodada com isso. A pedra foi depredada, mas rapidamente substituída.
Fonte de Pesquisa: Cintonetica Wordpress.com
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