segunda-feira, junho 22

Quem é Você Mr. Google?

Nos anos 90, no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), havia um número notável de pequenos empreendimentos relacionados à internet – muitos criados em garagens por estudantes. A maioria sucumbiu ao chamado “estouro da bolha”, em 2000, quando o valor das ações das empresas de tecnologia despencou após registrarem lucros abaixo do esperado. Entre as poucas empreitadas que resistiram, estava o buscador Google, inventado por Larry Page e Sergey Brin em 1995, quando ambos tinham vinte e poucos anos e cursavam ciência da computação em Stanford. O primeiro nome da ferramenta foi BackRub, logo substituído por Google, uma brincadeira com a palavra “googol”, que, em matemática, designa o numeral representado pelo algarismo 1 seguido de cem zeros. Em 1998, o buscador já era o principal produto da Google Inc. e deixava a garagem onde o negócio começou a funcionar.Larry e Sergey na sede de Mountain View, em 2000.

O investidor que enxergou longe Andreas Bechtolsheim, assim como Larry Page e Sergey Brin, é uma cria de Stanford. Em 1982, obteve um PhD em engenharia elétrica e, em lance certeiro, fundou, com Vinod Khosla, Scott McNealy e Bill Joy, a Sun Microsystems, empresa que se tornaria uma gigante da informática poucos anos depois. Mas essa foi apenas uma das tacadas de mestre de Bechtolsheim. Ele tem faro para os grandes negócios. Em 1998, foi o primeiro a perceber que o buscador de Larry e Sergey tinha futuro. Deu aos jovens cientistas 100.000 dólares para que pudessem tocar o negócio. Com o dinheiro, os dois fundaram a Google Inc. Bechtolsheim, porém, nunca se beneficiou diretamente dos lucros da empresa, mas, por essa e outras iniciativas, é considerado um visionário na área da internet e da informática.Bechtolsheim, segundo da direita para a esquerda, e os demais fundadores da Sun, em 1982.

O googler nº 1 O Google tem cerca de 20.000 funcionários espalhados por aproximadamente 40 escritórios em 20 países. Em São Paulo e Belo Horizonte, as duas cidades com representação da marca no Brasil, trabalham em torno de 200 pessoas. Entre os milhares de googlers, como são chamados os funcionários da empresa, está Craig Silverstein, o primeiro homem admitido pela Google Inc., em 1998. Na época, a empresa tinha apenas quatro computadores. Silverstein sempre ocupou o cargo de diretor de tecnologia.

Fazendo a Europa Em maio de 2000, o Google dá o primeiro passo a fim de se firmar no mercado internacional: lança versões em dez línguas europeias – francês, alemão, italiano, sueco, finlandês, espanhol, holandês, português, norueguês e dinamarquês. Em seguida, parte para o mercado asiático, com buscadores em chinês, japonês e coreano. Atualmente, o Google está disponível em mais de cem línguas, algumas bem particulares, como o klingon – idioma falado por alguns personagens na série de TV Star Trek – e o Bork, Bork, Bork – a língua do Cozinheiro Sueco, da série de televisão Os Muppets.

Uma brasileira na história O logotipo com seis letras coloridas do Google foi criado por uma brasileira, a designer Ruth Kedar, nascida em Campinas, São Paulo, e radicada nos Estados Unidos desde 1985. Em 1999, Ruth lecionava desenho gráfico na Universidade Stanford, quando foi contatada por um aluno, Larry Page – um ilustre desconhecido àquela altura. Page pediu à brasileira que criasse uma marca para a companhia recém-fundada. “Pensei em cores alegres, que remetessem à satisfação em descobrir coisas novas”, disse Ruth. Ela não revela quanto recebeu pela criação, mas estima-se que o valor ficou em torno de 15.000 dólares.

Caça-celebridades Certo dia, o engenheiro Tan Chade-Meng avistou pela janela próxima à mesa que ocupa no escritório central do Google, na Califórnia, uma movimentação na entrada do prédio da empresa. Sem entender a razão, pegou sua câmera digital e se dirigiu ao local do burburinho. Saiu de lá com uma foto sua ao lado do ex-presidente americano Jimmy Carter. Dali em diante, todas as personalidades que visitaram a sede da companhia foram convidadas a posar ao lado dele. O procedimento virou parte de protocolo. Atualmente, Tan ostenta uma galeria de mais de cem imagens, com nomes como Mikhail Gorbachev, Bill Clinton, Dalai Lama, Muhammad Ali, Jane Fonda, John McCain, Hillary Clinton e, claro, Barack Obama.

O império contra-ataca Em 2003, Bill Gates admitiu que a Microsoft demorou para perceber que os sistemas de busca eram um dos nichos mais promissores da internet. No ano seguinte, ele iniciou sua contra-ofensiva: lançou o MSN Live Search. Desde então, o buscador amarga um terceiro lugar no mercado – em 2008, o Google detinha 60% do mercado, o Yahoo, 20% e o MSN, 9%. A longa liderança do Google, porém, não levou a Microsoft a se render. Em 2008, ela tentou comprar o Yahoo! por 44,6 bilhões de dólares. A eventual fusão, única capaz de enfrentar o buscador número um, acabou não acontecendo. O fracasso pareceu ainda maior quando, dias depois, o Google anunciou que discutia com o Yahoo! a colocação de anúncios em algumas de suas páginas. Com medo de que a parceria enfrentasse resistências legais, por unir os maiores faturamentos com publicidade on-line, as empresas desistiram do acordo.Charge ironiza a tentativa de acordo entre Microsoft e Yahoo!

O mundo em sua tela -

Uma réplica virtual em três dimensões da Terra está sendo construída na internet em ritmo acelerado. Lançado em 2005, o Google Earth, programa de computador que permite sobrevoar uma detalhada fotografia da superfície terrestre feita por satélites, foi o primeiro a se tornar popular. Sua versão básica, gratuita, foi baixada mais de 250 milhões de vezes. Nos últimos dois anos, várias empresas submeteram essas imagens a um poderoso zoom. Agora, pode-se passear virtualmente pelas ruas de várias cidades com a perspectiva visual de quem caminha pela calçada. Esses ambientes em 3D também estão se transformando em ferramentas de busca. De forma experimental, já é possível entrar em lojas, hotéis e até folhear virtualmente livros raros em bibliotecas. A Torre Eiffel, em Paris, em imagem do Google Earth

As bolas-fora do Google

Além do buscador, a esmagadora maioria dos serviços criados pelo Google desde 1998 é um sucesso. Engana-se, porém, quem acha que eles sempre acertam. Dois projetos comprovam isso. Um deles é o Google Lively, um ambiente virtual similar ao Second Life desenvolvido pelo próprio Google e lançado em julho de 2008. O programa foi um fracasso de público tão grande que acabou desativado apenas cinco meses depois de ir ao ar. Outro produto que não estourou é o Jaiku, um serviço de microblogging, como o Twitter, comprado pelo Google em 2007. A aposta não foi perspicaz. O site nunca se tornou uma marca conhecida, tanto que, em 2009, o Google o transformou num projeto Open Source, ou seja, de código-fonte aberto.

Fonte de pesquisa: Veja.com

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