Sentir dores latejantes para andar ou simplesmente permanecer sentado pode ser culpa do nervo ciático. O maior nervo do corpo humano começa nos últimos espaços entre as vértebras da coluna lombar e se ramifica até os membros inferiores, passando pela bacia. E esse é o caminho por onde a dor se irradia. Em geral, o desconforto é tanto que alguns movimentos, como levantar, por exemplo, ficam travados. Caminhar também fica complicado já que fica difícil jogar o peso das pernas sobre os pés durante uma crise.
"A dor é resultado da compressão do nervo, como no caso de hérnias de disco ou por ficar com a postura errada", explica o ortopedista do Hospital São Luiz, Francisco Arquimedes Tintori. "A dor no ciático piora ou melhora com alguns movimentos e ou posições, diferente da cólica renal que é constante e não melhora nas mudanças de posições", completa.
Não há uma causa específica para as dores no nervo ciático . Ela pode ser resultado da obesidade, do sedentarismo, da má postura, de desvios posturais e até de uma artrose degenerativa.
O exame
Para identificar o problema, em primeiro lugar é feito o teste de Lasegue, em que o paciente fica deitado e um dos membros inferiores (perna) é levantado. A dor surge quando o membro atinge um ângulo de 30° com a maca. "Há também a possibilidade de um exame radiográfico para verificar o nível de compressão do nervo, mas o principal exame é a Ressonância Nuclear Magnética", diz Tintori.
Tratamentos
Qualquer método que tenha como finalidade melhorar as dores no ciático envolve a descompressão do nervo. Para dar fim ao drama, há a possibilidade de tratamentos cirúrgicos e não-cirúrgicos. O método cirúrgico, com melhor evolução do paciente após o procedimento, é o chamado artrodese, que consiste em fixações com parafusos e hastes para abrir espaço na região da compressão do nervo.
A escolha pelo melhor método depende de cada caso. Quando as hérnias de disco são de grande volume e apertam o nervo, o método mais recomendado é a cirurgia. Porém, mesmo que a operação seja o melhor caminho, ainda assim há restrições. Nos casos de obesidade mórbida, pessoas com problemas de coagulação ou quando há contra-indicação clínica, do ponto de vista cardiológico, o tratamento não-cirúrgico é o mais indicado.
Para quem não precisa e nem quer encarar o bisturi, o pilates é um dos métodos mais procurados e eficientes. Mas a prática é um pouco diferente da que é feita nas academias. "O exercício deve ser acompanhado por profissionais fisioterapeutas e direcionado para resolver esse problema", explica o ortopedista. A recuperação é lenta e os resultados aparecem cerca de um mês após o início do tratamento. Já o tratamento cirúrgico apresenta um resultado mais rápido, porque ocorre a descompressão total da hérnia discal.
Previna-se da dor
Segundo o especialista, há a possibilidade de amenizar as dores no nervo - antes que elas fiquem insuportáveis. Vale apostar em reeducação alimentar (para evitar o sobrepeso) e exercícios físicos para eliminar a sobrecarga e não prejudicar a postura. Os melhores exercícios incluem o pilates, além do reforço das musculaturas do abdômen, lombar e glúteos. O especialista ainda dá a dica da cadeira de trabalho ideal para manter a dor longe: evite cadeiras que permitam movimentos exagerados, como aquelas que arcam demais para atrás. A cadeira ideal não precisa ser a mais desconfortável da loja, mas tem assento firme e o encosto reto. Na hora de dormir, opte por ficar de barriga para cima. "Separe também um apoio, como uma almofada, para ser colocado atrás dos joelhos e não forçar o nervo", sugere o especialista.
Fonte de pesquisa; Corpo e Saude
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