terça-feira, abril 7

Esquecer para Lembrar

Já pensou se nós não esquecemos de nada que já vivemos? Se lembrássemos o que ocorreu em cada dia das nossas vidas pelo menos nos últimos dez anos?Jéssica Marshall relata na revista Mente e cérebro a história de uma mulher de 42anos, moradora da Califórnia, onde o maior sonho dela é esquecer. É isso mesmo, desde 1980 não consegue esquecer de nada do que ocorreu, ela descreve como sendo um “filme que está passando e nunca pára”. Neurocientistas nomearam esse evento como síndrome hipertimésica, ou seja, esta teria uma falha das estratégias utilizadas pelo nosso cérebro para nos ajudar a esquecer as coisas que não precisamos lembrar. Deixamos de nos recordar de muitas coisas porque ao longo de sua evolução o cérebro desenvolveu estratégias para eliminar informações irrelevantes ou ultrapassadas. O chamado esquecimento eficiente é crucial para ter memória funcional.Assim como essa síndrome existem outros transtornos ou patologias na memória estas por sua vez podem ser:

Hipomnésia – É a diminuição da função mnésica. Observa-se, sobretudo, nas psicoses toxinfecciosas, nos estados depressivos, na psicose por arteriosclerose, nos estados psiconeuróticos, na fase inicial da paralisia geral, etc.

Amnésia de fixação ou anterógrada – É a incapacidade de guardar fatos novos. É comum na confusão mental, na psicose polineurítica de Korsacow, nos estados senis. Nestas condições o doente é incapaz de reproduzir uma frase que acaba de ouvir, mas repete com exatidão uma poesia que aprendeu na mocidade. A amnésia lacunar é uma variedade de amnésia de fixação. Refere-se a certo período da vida quando, então, houve um verdadeiro íctus amnésico. Nos estados epiléticos, por exemplo, se observa amnésia lacunar referente a um período de crise convulsiva.

Amnésia de recordação ou retrógrada - Caracteriza-se pela perda de fatos já fixados. É própria dos estados demenciais. Em sua forma pura surge geralmente depois de traumatismos cranianos, infecções encefálicas, crises epilépticas subintrantes.

Amnésia retroanterógrada – É a incapacidade de fixar, recordar e reconhecer. Observa-se nos processos demenciais.

Hipermnésia – É a capacidade de mnésica elevada. É comum nos casos de excitação maníaca, na fase da iniciação de toxicomanias, etc. Quando a hipermnésia é parcial, pode-se suspeitar de oligofrenia. Algumas vezes os pacientes falam sobre inúmeros assuntos como se os recordassem. Trata-se de “pseudo-hipermnésia”, observada nos delirantes perseguidos.

Paramnésia – É uma perturbação do reconhecimento em virtude da qual o fato evocado não corresponde ao objeto original da percepção, embora não repugne isto à razão. Assim, o paciente revendo um irmão, considerará seu pai. Outras vezes a paramnésia consiste no processo mental segundo o qual uma atividade de imaginação seria considerada atividade mnésica Em virtude da paramnésia surge o fenômeno do já visto: pessoas observadas pela primeira vez surgem aos olhos do paciente como antigos conhecidos. Há também o fenômeno do nunca visto: um antigo objeto, que o paciente já viu inúmeras vezes, é considerado pelo paciente como coisa inteiramente nova. Observa-se a paramnésia na psicastenia, na confusão mental, na demência senil, na arteriosclerose cerebral, na histeria.

Como nem todo mundo tem a memória da mulher citada no início, é bom termos alguns “truques” para não esquecermos: PRESTE ATENÇÃO: É incontestável que a memória é intensificada pela atenção. Portanto, faça um esforço consciente para pensar sobre onde você deixa as chaves ao chegar. Dizer em voz alta “estou colocando as chaves sobre a mesa” também ajuda a fixar a informação.

SEJA ORGANIZADO: Memórias são como correspondências. É preciso bem pouco esforço para abri-las e jogar todo o conteúdo sobre a mesa, mas, quando você precisar encontrar uma, não será tão fácil. Arquiva-las de formas relacionadas costuma facilitar. Portanto, quando precisar se lembrar de alguma coisa, tente liga-la a uma memória forte existente.

EMOCIONE-SE: Estímulo emocional intensifica as memórias, mesmo quando não são propriamente “emotivas”. Adam Anderson, da Universidade de Toronto, Canadá, mostrou às pessoas quadros neutros de casas e rostos e, depois, imagens com forte apelo emocional. Resultado: cenários neutros eram mais lembrados quando acompanhados por cenas emocionalmente estimulantes.

REVISE: Recuperar itens da memória aumenta a probabilidade de se recordar deles no futuro e impedir que sejam removidos e substituídos por novas memórias. Portanto, repita o nome da pessoa que você vezes em intervalos crescentes entre as repetições. A razão de a maioria das pessoas não ter boa memória para nomes é que elas são preguiçosas. Fonte de pesquisa: Mente e Cérebro

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