- Mickey Rourke, não sei se vocês se lembram, era um homem bonito, não diria lindo, mas... bonito, tinha lá o seu charme. No início de sua carreira, em 1993, com 31 anos, ele protagonizou o filme “O Selvagem da Motocicleta” de Francis Ford Coppola, e foi chamado de “o sucessor de Marlon Brando” e o de “o novo James Dean”, diante destes elogios é claro que a fama lhe subiu a cabeça.
Conseqüentemente vieram outros grandes êxitos de bilheteria como: “O Ano do Dragão”, “Coração Satânico” e o filme mais famoso de sua carreira: “9 e ½ Semanas de Amor”. Este filme lhe rendeu o status de mito sexual de Hollywood.
Como tudo que sobe rápido... desce rápido também, Mickey Rourke sumiu das telas. Perdeu sua casa, sua mulher, e todos os amigos. Só ficando com os cães. O drama de Rourke não é um fato raro em Hollywood,começou a usar drogas,indisciplina profissional, depressão profunda na qual tentou se matar diversas vezes. Na vida real, quando os papeis foram desaparecendo de sua carreira, Rourke desesperado, procurou algo em que era bom, o boxe. Só que se deu mal, pois esfacelaram seu rosto, quebraram-lhe todos os ossos da face, o nariz, a maçã do rosto, e muitas costelas, de tal maneira que até hoje, após várias cirurgias ainda não conseguiu voltar ao seu rosto de antes. Até a sua língua foi rachada e isto mudou a sua fala.
Em setembro do ano passado, Rourke reapareceu no Festival de Veneza, irreconhecível, mas ainda um grande ator. Devido à belíssima interpretação no filme “O Lutador”, papel em que ele faz um decadente lutador de boxe, o filme ganhou a Palma de Ouro. A vida lhe deu outra chance, e Rourke está novamente sob a mira dos holofotes. Mickey Rourke só não ganhou a Palma de Ouro porque a organização do evento não permite que acumule dois prêmios para uma mesma produção. De agora em diante, Rourke vem colecionando troféus. Ganhou o Globo de Ouro, que ele dedicou aos seus cinco cachorros. Infelizmente, o Oscar foi para o outro grande ator, Sean Penn, que ao receber a estatueta disse: “Mike esse premio é seu”. Merecidamente, depois de tudo o que a vida lhe arrancou...
O papel do lutador, Randy “RAM” Robinson, anabolizado, quase que não chega às mãos de Rourke, pois o Diretor Darren Aronofsky, sempre que apresentava o projeto do filme com o nome de Rourke para o papel principal, os produtores o vetavam, diziam que Rourke estava acabado e que o filme seria um fracasso de bilheteria. Aronofsky, passou um ano e meio procurando um parceiro que bancasse a produção. Ele queria Mickey Rourke de todo o jeito no papel de lutador,então começou a procurar atores tipo: Nicholas Cage, mas este não se encaixava no papel. Finalmente, decidiu entregar o roteiro do filme a Mickey Rourke. Este, por sua vez, também não se decidiu de imediato. Primeiro, por causa da preparação física que teria que fazer, e segundo pelo desconforto psicológico que iria enfrentar fazendo o personagem. Pois o personagem é muito parecido com o que ele passou na vida real. Como o ator, o lutador teve uma fase de glória, e atualmente encontrava-se em total decadência. Durante a sua jornada de preparação do filme, o diretor visitou o circuito de pequenos ringues de luta livre onde pessoas se expõem a verdadeiras mutilações para ganhar US$ 200. No filme, RAM faz parte desse time de atletas que não abandonam o ringue porque só sabem fazer isso.
Para fazer RAM, Rourke teve que chegar aos 104 quilos, mas não de gordura, só de massa magra ou seja, músculos, submeteu-se a um rigoroso regime onde comia seis refeições diárias, aplicado por um ex-agente do Mossad (S.S. de Israel). Mas o mais difícil para Rourke eram as cenas em que ele se via cara a cara com personagem. A pior cena para ele era a que o lutador RAM, se vê obrigado a trabalhar em um supermercado. RAM havia sido proibido de praticar wrestling pelos médicos após sofrer um ataque cardíaco. Era viciado em anabolizantes, e um dia um antigo fã o reconhece por trás do balcão e humilhado, RAM golpeia a máquina de cortar frios em movimento.
Essas e outras cenas não são indicadas para pessoas sensíveis. O diretor disse que Rourke não conseguia gravar essa sequência, Aliás, isso não foi novidade para Aronofsky, pois Rourke se tornou “personna non grata” justamente por este seu temperamento tempestivo. O filme "O Lutador" é muito bom, principalmenten por esse lado em que sabemos que a estória é baseada na própria estória do ator. Rourke parece que finalmente conseguiu sair do ostracismo, agora. Quem sabe para sempre.
Vale a pena conferir. O trabalho dele está impecável. Fonte de Pesquisa: revista Isto É. Escrito por Lulucha.
Um comentário:
Lu, eu sempre que vejo o rosto dele mal consigo acreditar. Mas a droga é uma droga, o começo do fim. Vamos ver se ele aprendeu a lição e recomeçara direito.
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